terça-feira, 31 de março de 2015

UGT LAMENTA DECISÃO DO SNPVAC

O Secretariado Executivo da UGT lamenta a decisão do SNPVAC de abandonar a sua filiação nesta Central sindical, que ajudou a fundar em 1978, embora reconhecendo a legitimidade democrática dos seus dirigentes e associados quanto a essa decisão, conhecida através da comunicação social.
Quanto aos argumentos invocados pela Direcção do SNPVAC como justificativos para referendar a saída da UGT, o Executivo reafirma a sua total rejeição aos mesmos, pelo facto de não serem verdadeiros.
A UGT manifestou-se publicamente contra a privatização da TAP através de resoluções aprovadas por unanimidade no seu Secretariado Nacional, tendo o Secretário-Geral transmitido o seu apoio pessoal à greve que foi decretada pelo SNPVAC e realizada em 30 de Outubro de 2014, reforçando esse apoio com a sua presença no Terminal de Tripulações do Aeroporto e no hall principal das Partidas. E manteve sempre o seu total apoio, pessoal e institucional nas formas de luta encetadas pelo SNPVAC para defender o seu Acordo de Empresa.

Se a Direcção do SNPVAC tinha em mente a sua desfiliação da UGT, por motivos que sinceramente não descortinamos, então que se socorresse de outros argumentos, mas nunca o da ausência de solidariedade do actual Executivo e do Secretário-geral da UGT.
O SNPVAC, ao exigir que a UGT tomasse uma posição contrária à demonstrada pela plataforma sindical de nove sindicatos que negociou com o Governo, onde se encontram outros três sindicatos filiados na UGT, apenas pretendeu atirar uns sindicatos contra outros, pretendendo que a UGT apoiasse a sua posição em detrimento da posição dos outros três e da plataforma, o que foi recusado.
Nenhum sindicato concordou com a privatização.
Mas perante a rigidez do Governo na ameaça de denúncia unilateral dos Acordos de Empresa em vigor, os sindicatos da plataforma aceitaram negociar, sem nunca terem deixado de afirmar que eram contra a privatização.
E a negociação e o diálogo são um direito e um dever dos sindicatos.
Se o SNPVAC não quis dialogar, foi porque impôs um ultimato ao Governo. E daí retira as consequências.
Não pode é impor aos outros nove sindicatos a “lei da rolha” – ou estão comigo, ou contra mim.
E ferida na sua susceptibilidade, a Direcção do SNPVAC fez o que fez – apontou as suas baterias para o bode expiatório fácil e sempre disponível para o diálogo e concertação – a UGT.
Mas isso é feio, porque cada organização filiada na UGT decide por si e em função dos direitos dos seus associados.
Não cabe a uma Central sindical assumir a liderança dos sindicatos individualmente.
Quem determina o rumo da UGT são os seus Sindicatos, Federações e Uniões.
O Secretário-geral é o porta-voz de um colectivo, e não o seu proprietário, ou uma figura de pensamento e decisão únicos.
Fez mal a Direcção do SNPVAC em assumir a ruptura, conduzindo os seus associados para um maior isolamento do movimento sindical democrático e plural que a UGT representa em Portugal.
Foi o SNPVAC que se afastou da UGT e dos seus princípios, e não o contrário, como se pretende fazer crer.
Se o mal-estar já vinha de longe, nunca o mesmo foi sentido pela actual liderança da UGT, nem transmitido por quem de direito – o Presidente do SNPVAC com assento no Secretariado Nacional.
A porta de saída da UGT é a mesma da entrada.
Se e quando o SNPVAC desejar regressar ao seio do movimento sindical democrático e livre que a UGT é, será sempre bem-vindo, pois foi e será sempre um dos nossos.
Porque os líderes passam e as Instituições ficam.
Lisboa, 30 de Março de 2015
O Secretariado Executivo da UGT

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