terça-feira, 26 de março de 2019

RESOLUÇÃO DO SECRETARIADO NACIONAL


 


BREXIT

QUEM TEM MEDO DE UM SEGUNDO REFERENDO?

Com as datas de 12 de abril e de 22 de maio previstas para a resolução do imbróglio em que os britânicos transformaram o BREXIT, não apenas para toda a União Europeia, mas sobretudo para os trabalhadores e suas famílias, a UGT e o movimento sindical não podem deixar de se colocar ao lado daqueles que procuram as soluções e não ao lado daqueles que cavam problemas.

Os trabalhadores portugueses a viver e a trabalhar no Reino Unido e os trabalhadores britânicos e suas famílias a viver noutros países da União Europeia esperam soluções justas e adequadas.

O processo desencadeado nos termos do artigo 50º do Tratado de Lisboa parece tudo, menos concluído. Não havendo ainda uma opção clara no sentido de uma retirada ordenada, nos termos do Acordo já alcançado, nem uma opção de retirada sem qualquer Acordo, nem totalmente excluído o recurso a um novo Referendo, a UGT, no espírito de solidariedade sindical para com os nossos parceiros dos TUC, mas também num movimento que engloba a maioria das confederações sindicais do Velho Continente, apela a que o Governo de Portugal esteja disponível nas negociações com o Reino Unido para uma terceira via que não seja apenas o critério do “sim ou sopas”, isto é, ou Acordo ou Não-Acordo.

Será preciso que “uma terceira via seja encontrada de modo a proteger os trabalhadores, a economia e uma fronteira irlandesa aberta… Uma nova abordagem é necessária para garantir tais propostas - seja através de votos com propostas concretas, seja com outro mecanismo de compromisso” conforme consta de missiva entregue ao Governo da senhora May pelos Parceiros Sociais do Reino Unido.

Assim, a UGT defende que um novo Referendo relegitimaria a tomada de decisão das autoridades do Reino Unido, dado que os eleitores estão hoje mais e melhor esclarecidos acerca das consequências de uma saída da UE. 

A UGT não só acompanha esta posição dos seus parceiros sindicais europeus, quer do Reino Unido, quer da maioria da Europa, como tem sido a sua posição colectiva desde que se começaram a vislumbrar os verdadeiros problemas que trazia a saída do Reino Unido da União Europeia para todos os europeus.

Não há que ter medo de referendos, principalmente quando os decisores políticos estão num constante impasse na tomada de decisões.


Afinal, quem tem medo de dar a voz ao povo britânico numa questão de crucial importância para o seu futuro, e para o próprio futuro da Europa?